terça-feira, 16 de março de 2010

O vôo sobre o ócio


Às vezes carecemos de criatividade.
É como se aquilo que nos habita fosse sugado por toda porcaria que há. O barulho da televisão ao fundo, trazendo aquele sentimento brochante que o amanhã será como hoje, que foi como ontem, como o antes-de-ontem, e assim por diante... O novo - que cada dia contém - é imediatamente esgotado e transformado em tédio. A falta de esperança.
E então nossa criatividade latente se torna cada vez mais tímida e encolhida. Embora ainda se mostre em ocasionais surtos de agora.
Para notarmos os ventos frescos, devemos estar preparados. Atentos.
Não a atenção dos sentidos, tão cobrada pelos professores das velhas escolas.
Mas uma atenção interna, vinda do coração. Aberta para o que nunca aconteceu:
O céu do agora, que traz à tona as qualidades mais notáveis e que ilumina as virtudes.
Essa é a mudança.


Lá no alto - em pleno céu - enquanto algumas nuvens ocupam o azul, estacionadas.
Há sempre uma ave que as corta num vôo rápido e plaina. Tranquilamente.
Na serenidade dos ventos.